Bahia: Namoradas de 17 anos confessam ter amordaçado e matado homem.
Duas namoradas
de 17 anos confessaram à polícia ter amordaçado e matado um homem de 52 anos a
pauladas e facadas na cidade de Feira de Santana, a 100 quilômetros de
Salvador. De acordo com a delegada Danielle Lima, titular da Delegacia do
Adolescente Infrator (DAI), que apura o caso, as jovens alegaram legítima
defesa porque, segundo elas, o homem teria tentado agarrar uma delas à força.
Suspeitas moravam na casa da vítima porque os pais não aceitavam o
relacionamento delas.
O homem
assassinado foi identificado como Avani de Souza, que ficou quase uma semana
desaparecido, segundo a polícia. O corpo da vítima foi encontrado na última
sexta-feira (23), dentro da cozinha da casa onde morava, que fica no Loteamento
Lagoa Subaé. Conforme a delegada Danielle Lima, a polícia chegou até as
suspeitas após encontrar no local do crime uma receita médica com o nome de uma
das adolescentes.
“Após o corpo
ter sido localizado, os vizinhos relataram que duas mulheres estavam com ele no
imóvel, mas até então a gente não sabia que se tratava de duas menores de
idade. Foi então que encontramos, na casa, essa receita com o nome de uma das
jovens”, afirmou, em contato com o G1.
Conforme a
delegada, na receita constava o endereço de um posto médico da cidade de Dias
D’ávila, na região metropolitana de Salvador.
“Com essa
informação, além do nome de uma das suspeitas, também levantamos a hipótese de
onde ela poderia estar. O caso foi noticiado pelos meios de comunicação após o
corpo da vítima e a receita serem encontrados. Foi então que a suspeita, acho
que por receio, resolveu se apresentar junto com a namorada ao Conselho Tutelar
de Dias D’ávila”, destacou.
Conforme a
delegada, as jovens se apresentaram no Conselho Tutelar na segunda-feira (26) e
foram encaminhadas para a delegacia da cidade, onde prestaram depoimento. Nesta
terça, as jovens voltaram a ser ouvidas, desta vez em Feira de Santana. Após o
depoimento, as duas foram liberadas, segundo a delegada, porque não houve
flagrante. A polícia, no entanto, diz que vai pedir à Justiça a internação das
suspeitas.
Crime
As adolescentes
contaram à polícia que deixaram a casa dos pais, em Dias D’ávila, e que foram
para a casa onde a vítima estava, que pertence ao avô de uma das jovens. As
jovens disseram que os pais não aceitavam o namoro das duas e que, por isso,
decidiram se mudar para Feira de Santana.
No fundo da casa
onde a vítima morava tinha um cômodo, segundo a delegada, e era esse o local
onde as namoradas estavam há quase uma semana. Segundo a polícia, foi o avô de
uma das jovens, dono da casa, quem levou as meninas para o local e apresentou
as duas à vítima, que teria se comprometido a ajudar as garotas.
“Elas
confessaram a morte do homem, mas alegaram legítima defesa. Disseram que ele
entrou no cômodo onde elas ficaram e tentou agarrar uma delas à força quando a
outra tinha saído para comprar refrigerante. Essa versão está sendo apurada”,
contou a delegada.
Ainda de acordo
com o depoimento das adolescentes, a jovem que teria saído para comprar
refrigerante deu uma facada nas costas da vítima quando retornou da rua e viu o
homem tentando agarrar a companheira. “Em seguida, a outra jovem pegou um
pedaço de pau e também deu uma pancada nele. O homem desmaiou e as duas o
amordaçaram e levaram o corpo para a cozinha da casa. Em seguida, as duas deram
mais cerca de cinco facadas no homem. Depois, retornaram para a casa dos
familiares, em Dias D’ávila”, destacou.
Antes de
fugirem, segundo a delegada, as jovens ainda disseram que desarrumaram toda a
casa da vítma. “Elas afirmaram que queria passar a impressão de que teria
havido um assalto no local, caso a
políca chegasse lá”.
A delegada
informou que aguarda o fim das investigações para pedir à Justiça que as jovens
seja internadas em uma casa de menores. “A gente vai fazer a representação pela
internação provisória das duas. Só estamos esperando que a delegacia de Dias
D’ávila envie os depoimentos que elas prestaram lá”, destacou. Conforme a
delegada, a duas jovens aguardam o processo em liberdade na casa de parentes.
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