Dez pessoas são assassinadas em fazenda no sudeste do Pará
Dez pessoas
foram mortas em uma chacina na fazenda Santa Lúcia, localizada no município de
Pau D’arco, no sudeste do Pará, durante ação das Polícias Civil e Militar na
manhã desta quarta-feira (24). Segundo a polícia, as mortes aconteceram durante
o cumprimento de 14 mandados de prisão preventiva e temporária contra suspeitos
de envolvimento no assassinato de um segurança da fazenda.
Entre os mortos,
estão nove homens e uma mulher. Quatro das dez vítimas tinham mandados de
prisão decretados. Segundo a Polícia Civil, as vítimas e os suspeitos estavam
escondidos na fazenda. "Quando eles (policiais) chegaram na sede que já
havia sido abandonada, havia indícios de que um grupo armado estava lá. Os
policiais foram recebidos a bala e revidaram", disse o delegado João
Bosco, em entrevista coletiva da Secretaria de Estado da Segurança Pública e da
Defesa Social (Segup), realizada na tarde desta quarta.
Ainda de acordo
com a Segup, somente após a troca de tiros é que os policiais constataram que
dez pessoas foram mortas. Nehum policial ficou ferido. Uma grande quantidade de
armas foi apreendida no local.
Os corpos das
vítimas foram levados para o Hospital de Redenção. A previsão é que eles sejam
transportados para Marabá na quinta-feira (25). A Procuradoria Geral de Justiça
articula com a Segup para que os corpos sejam transferidos de avião para o
Instituto Médico Legal de Marabá.
O promotor de
Justiça Agrária de Redenção, Erick Fernandes, está no Hospital de Redenção em
contato com parentes das vítimas. Segundo a Promotoria, familiares das pessoas
assassinadas denunciam que há desaparecidos. Homens da Polícia Federal estão no
município investigando a chacina.
Em nota, a
Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor da Assembleia Legislativa
do Pará (Alepa) se manifestou em profundo repúdio ao massacre de 10
trabalhadores rurais sem-terra ocorrido no município de Pau D’Arco, a 50 km de
Redenção, na região sudeste do Estado, na manhã desta quarta-feira (24).
De acordo com a
Comissão de Direitos Humanos da Alepa, a escalada de violência contra
trabalhadores e trabalhadoras rurais é um fenômeno que tem se intensificado em
razão de uma rede social e simbólica fortalecida pela combinação dos seguintes
fatores: impunidade, paralisia da reforma agrária e criminalização dos
movimentos sociais.
E, diante do
recrudescimento da violência contra trabalhadores e trabalhadoras rurais, a
Comissão de Direitos Humanos da Alepa irá tomar medidas enérgicas para a
apuração rigorosa dos fatos e a efetivação de ações de mediação e prevenção da
violência no campo. (G1)
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