Bahia: Cerca de 200 delegados entregam cargos em protesto contra PEC do teto de Rui
Cerca
de 200 delegados que integram a cúpula da Polícia Civil da Bahia decidiram
entregar os cargos nesta terça-feira (11) em protesto contra a reforma
administrativa proposta pelo governador Rui Costa (PT). A principal queixa deles é a Proposta de Emenda à
Constituição (PEC) que impõe o salário
do governador como teto para os servidores públicos.
Com
isso, os delegados argumentam que terão perdas na remuneração que podem chegar a 40%. A decisão de entregar os
cargos foi tomada durante assembleia, realizada no Sol Victoria Marina, na
avenida Sete de Setembro, com a participação de 400 delegados, todos em posição
de chefia.
Na
prática, o atendimento à população continuará sendo realizado, mas os cargos de confiança ficarão desocupados. Eles
decidiram também que outros
profissionais não vão aceitar, se convidados, substituir aqueles que
deixaram os postos, sob pena de receber
o repúdio da categoria.
No
interior, são 26 coordenadores que entregaram os cargos. Na capital, os integrantes da corregedoria também adotaram a
medida. Eles se queixam que o governador
recuou em relação aos auditores fiscais, que ficarão fora do teto, mas não aceita negociar com as
demais categorias.
Em
nota, a Polícia Civil informou que até agora não foi enviado ao gabinete do
Delegado-geral "nenhuma comunicação oficial referente à entrega de cargos
de chefia da Instituição". Segundo a Polícia Civil, uma reunião acontece
na tarde de hoje com diretores do departamento e mais informações serão
passadas após o encontro.
Os
policiais civis, que suspenderam as atividades nesta terça em Coordenadorias Regionais do interior baiano e
nas delegacias especializadas, também
podem entregar os cargos de chefia em protesto contra o pacote de Rui.
A
pauta deles é o aumento da alíquota previdenciária para servidores de 12% para 14%, a extinção dos 590 cargos das
coordenações de plantão da Polícia Civil
e a diminuição do redução do repasse do estado para o Planserv de 4% para 2%.
"O
governo quer que o servidor pague uma conta que não é dele. Além de precarizar
o Planserv, o que está sendo proposto é uma redução salarial, porque estamos
acumulando perdas de 25% nos últimos anos, e ainda vamos pagar mais pelo plano
de saúde e Previdência", diz o presidente do Sindicato dos Policiais Civis
(Sindpoc), Eustácio Lopes.
Estas
medidas podem ser votadas na Assembleia Legislativa nesta terça-feira.
Servidores das mais diversas categorias se concentram no Legislativo baiano
para pedir a retirada dos projetos da pauta e a abertura de diálogo com o
governo. (F: Correio)
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