Número de usuários de internet cresce 10 milhões em um ano no Brasil
Passou
de 64,7% para 69,8% o número de brasileiros com 10 anos ou mais (181 milhões da
população) que acessaram a internet de 2016 para 2017. São quase 10 milhões de
novos usuários na comparação entre o último semestre de cada ano.
Os
dados constam no suplemento Tecnologias da Informação e Comunicação da Pnad
Contínua, divulgado hoje (20) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). A edição foi divulgada pela primeira vez trazendo
informações relativas a 2016.
Em
todas as regiões do país, houve variação positiva entre quatro e seis pontos
percentuais. "Esse é um processo que vem ocorrendo de uma maneira
relativamente rápida. Em um ano, houve um avanço de quase 10 milhões usuários
de internet. Isso está ocorrendo em diversos grupos etários, tanto entre os
jovens quanto entre os mais velhos", explica a analista da Coordenação de
Trabalho e Rendimento do IBGE Adriana Beringuy.
Idosos
Proporcionalmente,
o maior crescimento ocorreu entre as pessoas com 60 anos ou mais, com alta de
25,9%. A pesquisa também mostra aumento de 7,4% no uso da internet entre
adolescentes de 10 a 13 anos. Nesta faixa etária, 71,2% das pessoas já
acessaram o ambiente virtual e 41,8% têm telefone celular pessoal.
Internet
na TV
De
acordo com a pesquisa, no último trimestre de 2017, 16,3% da população
brasileira com 10 anos ou mais fizeram uso da internet através da televisão. Em
2016, esse percentual foi de 11,3%. Esse aumento de 5 pontos percentuais foi o
mais expressivo. "[Isso] é viabilizado pelas Smart TVs, que vem ganhado
cada vez mais espaço no mercado", diz Adriana.
No
caso dos celulares, houve um salto de 2,4 pontos percentuais, saindo de 94,6%
para 97%. De outro lado, em 2016, 63,7% dos usuários acessaram a web através de
um computador, percentual que caiu para 56,6% em 2017. A redução no tablet foi
de 16,4% para 14,3%. A pesquisa também mostrou que de 2016 para 2017, cerca de
835 mil casas deixaram de ter um computador.
Conexão
Em
relação aos tipos de conexão, a banda larga móvel é mais usada, com presença em
78,5% dos domicílios. A banda larga fixa está em 73,5%. A internet discada se
mostrou irrelevante: apenas 0,4% dos domicílios com acesso registraram esse
tipo de conexão.
Os
dados de banda larga não são uniformes para todo o país. "Em áreas mais
afastadas, prevalece a banda larga móvel", explica Adriana. Em comunidades
da floresta amazônica, por exemplo, há maior dificuldade de implantação de
internet a cabo. Dessa forma, na Região Norte, em 88,7% dos domicílios com
acesso à internet, as pessoas se conectam usando serviços de banda larga móvel,
enquanto em apenas 48,8% das casas há banda larga fixa.
No
Sudeste, de outro lado, os percentuais são mais próximos. A banda larga móvel
está presente em 83,5% dos domicílios com conexão e a fixa em 72,5%. O Nordeste
é a única região em que os índices se invertem: a banda larga fixa existe em
74,2% dos domicílios com internet e supera os 63,8% da banda larga móvel.
A
Pnad Contínua também mostrou crescimento mais expressivo de conexão na área
rural do que na urbana. De 2016 para 2017, a quantidade de casas na área rural
com acesso subiu mais de sete pontos percentuais, de 33,6% para 41%. No mesmo
período, as residências com conexão nos centros urbanos tiveram alta de cinco
pontos percentuais, de 75% para 80,1%.
Finalidade
Outro
dado que consta na pesquisa diz respeito à finalidade de uso. O acesso para
enviar e-mails foi relatado por 66,1% dos usuários, uma queda em relação aos
69,3% de 2016. De outro lado, houve aumentos expressivos na utilização da
internet para fazer chamadas de voz ou de vídeo, que saltou de 73,3% para
83,8%, e para assistir a programas, séries e filmes, número que saiu de 74,6% e
alcançou 81,8%.
Foi
ainda observado crescimento do acesso para enviar mensagens de texto ou de voz
através de aplicativos diferentes de e-mail, como o Whatsapp ou o Telegram.
Essa finalidade foi mencionada por 95,5% dos usuários, representando aumento em
relação aos 94,2% registrados em 2016.
Não
uso
A
falta de conhecimento é a principal causa para não acessar a rede mundial de
computadores. O motivo foi citado por 38,5% dos entrevistados. "A
população que afirma não saber usar a internet é maior na região urbana do que
na região rural. Pode influenciar o fato de a região rural ter uma estrutura etária
mais jovem. E apesar do acesso à internet entre a população mais velha ter
crescido de forma mais expressiva, os idosos ainda são os que a utilizam em
menor proporção", analisa Adriana.
A
falta de interesse foi o segundo motivo mais alegado para o não uso da
internet. Ele foi mencionado por 36,7%. Somadas, não saber usar a internet e a
falta de interesse foram as razões apresentadas por 75,2% das pessoas que não
acessam a internet. O preço, a indisponibilidade do serviço na região e o custo
do equipamento necessário para o acesso estão entre as outras explicações.
A
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua substituiu a Pnad e a
Pesquisa Mensal de Emprego (PME). Por meio da pesquisa, são publicados
relatórios mensais e trimestrais com informações conjunturais relacionadas à
força de trabalho. Também são divulgadas informações educação e migração. Há
ainda suplementos em que determinados assuntos são pesquisados com
periodicidades diferentes. (Fonte: Agência Brasil)
Postar Comentário