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Motorista por app tem carro roubado e recebe multas de mais de R$ 4 mil após veículo ser abordado e liberado pela PRE


Um motorista por aplicativo teve o carro roubado e, após o crime, recebeu multas de mais de R$ 4 mil por causa de infrações cometidas pelos criminosos, em Salvador. O carro chegou a ser abordado por agentes da Polícia Rodoviária Estadual (PRE), mas acabou liberado.

O crime ocorreu no dia 29 de janeiro, quando Arinaldo Silva agendou uma viagem particular com dois passageiros, no bairro de São Rafael. Ele usava o carro do irmão, Hebert Silva, para fazer as corridas.

"Quando chegou na Avenida Paralela, foi que anunciaram assalto. Ele colocou a arma - na verdade eu já desconfiava mas não tinha muito o que fazer. Me sequestraram e me levaram para a Via Parafuso. Chegando lá eles me liberaram, levaram meu celular, alguns valores que eu tinha em mãos e levaram o veículo", relatou Arinaldo.


No mesmo dia do crime, os dois irmãos prestaram queixa na delegacia e aguardavam as investigações. No entanto, um dia depois, o carro foi parado em um posto da PRE em Candeias, região metropolitana de Salvador, onde o condutor recebeu três multas do tipo gravíssima.

O motorista foi autuado por transportar criança sem cadeirinha, se recusar a fazer bafômetro e não ter habilitação para dirigir. Em seguida, ele foi liberado.

Para a surpresa dos irmãos, as multas foram registradas no nome de Hebert, proprietário do veículo.

"A polícia informou que, naquele posto, foram aplicadas as multas. Só que eles disseram que deixaram o carro passar com o motorista, porque ele estava com o documento do carro", disse Hebert.

A delegacia informou, entretanto, que quando uma queixa é prestada, ela entra automaticamente no sistema que é acessado pelas polícias. No entanto, segundo Hebert, os agentes da PRF disseram que o veículo não constava como roubado no sistema.

"A gente foi lá, correu no mesmo dia e fez o boletim de ocorrência, na expectativa de que o carro fosse recuperado. À noite, eu consultei e vi que o status do carro no sistema do Detran já era como roubado, e eles simplesmente disseram para gente lá que no sistema não estava", explicou Hebert.

"O nome do rapaz, quando joguei no Google, apareceu que já tinha uma passagem em 2017 pela policia, por formação de quadrilha para desmanche de veículos", completou.


O dono do veículo disse que pensa em procurar a Justiça porque, segundo ele, foi responsabilidade da polícia o carro ter sido liberado.

"A partir do momento que o Estado recebeu o carro em um dos seus postos e deixou passar, assume-se a responsabilidade. Então, estava em poder do Estado, e eles não retiveram o veículo mesmo tendo base para isso. Dá uma sensação de revolta, dá uma sensação de chateação. Acima de tudo, a gente está sendo lesado porque a situação não foi resolvida. Hoje nos poderíamos estar com o carro, mas não estamos", contou Hebert.

A Polícia Rodoviária Estadual (PRE) informou que não há qualquer impedimento legal para que uma pessoa conduza veículo de terceiros, desde que na abordagem policial apresente o documento do veículo.

O órgão estadual ressaltou ainda que o sistema de acesso aos registros de restrições de furto ou roubo de veículos só ficam disponíveis ao batalhão de polícia rodoviária 72h após o registro. (F: G1 Bahia)



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