Brasil já tem quase 1 milhão de candidatos voluntários para teste de vacina da Covid-19
A
plataforma de triagem do Instituto Butantan teve, nos últimos cinco dias, quase
um milhão de candidatos registrados que se voluntariam para os testes clínicos
da vacina chinesa para o coronavírus. As aplicações já começam na próxima
segunda-feira (20) e nove mil pessoas serão selecionadas para primeira etapa de
análises.
Em
entrevista para ÉPOCA, o diretor do Instituto Butantan, o hematologista Dimas
Covas, falou mais sobre o processo de testes e as expectativas para essa
primeira fase.
“Esperamos
concluir essa fase muito rapidamente. Queremos vacinar até setembro todos os 9
mil voluntários. A partir daí, passamos para a fase de acompanhamento, que
significa avaliar periodicamente os dados da eficácia da vacina. Essa fase deve
ocorrer ainda este ano. Estamos otimistas em relação ao prazo”, declarou Covas.
O
diretor ainda explicou que, para realização das candidaturas, as pessoas
precisam responder um questionário e, ao fim dele, o programa irá determinar se
a pessoa é elegível ou não para ser voluntária à pesquisa. “Sendo elegível,
será direcionada a procurar um centro de pesquisa para, de fato, submeter a sua
inscrição. Em cinco dias, quase 1 milhão de pessoas já se candidataram. Quantos
efetivamente foram direcionados ao centro, ainda não sabemos”, esclareceu o
hematologista.
A
previsão é que, com a comprovação da eficácia da vacina, 100 milhões de doses
sejam produzidas para distribuição. Por enquanto, o material que vai
proporcionar os testes no Brasil são importados da empresa Sinovac, da China.
“(...) enquanto não houver uma produção local, vamos receber da Sinovac a
vacina a granel para ser formulada e envasada aqui no Butantan. Será finalizada
aqui”, comentou.
Apesar
da surpresa com o número de candidatos inscritos na plataforma como voluntários
para os testes, Covas declarou ainda que entende a reação das pessoas. “Todos
gostariam de se submeter a uma vacina mesmo que ela não tenha sido aprovada em
definitivo. O medo das pessoas é muito grande e justificável”, ressaltou. “Enquanto
não houver vacina, ainda vamos conviver com essa pandemia”, completou o
diretor.
Até
o último boletim nacional divulgado, o Brasil tinha registrado 2.046.328 casos
confirmados de Covid-19, com 77.851 mortes pela doença.
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