Governo prevê salário mínimo de R$ 1.088 em 2021
O governo prevê que o
salário mínimo ficará em R$ 1.088 em 2021. A nova estimativa consta em ofício encaminhado
ao Congresso Nacional para revisar as metas e projeções fiscais para o ano que
vem. Em 15 de abril, quando encaminhou a proposta de Lei de Diretrizes
Orçamentárias (LDO), o governo previa que o piso nacional fosse reajustado dos
atuais R$ 1.045 para R$ 1.079 no início de 2021. No fim de agosto, quando
enviou o projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA), esse valor foi revisto para
menos: R$ 1.067.
Agora, o aumento na
projeção se deve à aceleração da inflação. O salário mínimo não tem tido
aumento real, mas o indicador que baliza sua correção, o Índice Nacional de
Preços ao Consumidor (INPC), tem registrado fortes altas nos últimos meses, na
esteira da inflação de alimentos. O INPC mede a variação média de preços para
famílias que ganham até cinco salários mínimos, diferentemente do Índice
Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que capta os impactos sobre o
orçamento de famílias com renda até 40 salários mínimos.
Ou seja, o índice que
corrige o salário mínimo é a inflação da parcela menos abastada da população –
para quem os gastos com alimentos têm um peso maior, daí a aceleração do INPC.
No mês passado, a Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da
Economia elevou a projeção para o INPC de 2,35% para 4,10%, o que já dava
pistas de que o salário mínimo ficaria maior. Há economistas de mercado, porém,
projetando variação até maior, acima de 5%. A proposta original do Orçamento
foi elaborada com previsão de reajuste do salário mínimo de 2,09%.
Pelos cálculos do
Ministério da Economia, a cada 0,1 ponto porcentual a mais de variação no INPC,
haverá um aumento de R$ 768,3 milhões nas despesas em 2021. Só pela mudança na
projeção da SPE, já haveria um incremento de R$ 15,366 bilhões nas despesas obrigatórias
no ano que vem. (GI)
Postar Comentário