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Bahia: Um ano após morte de mulher achada carbonizada dentro de carro, suspeito segue foragido; 'Dor muito grande', diz tia

 

A morte da empreendedora Ludmila Aragão Campos, de 41 anos, completa um ano neste mês de janeiro e o companheiro dela, Charles Adamo Jesus de Araújo, suspeito do crime, ainda não foi preso, segundo informações da família da vítima e da Polícia Civil.

O corpo de Ludmila foi encontrado carbonizado dentro de um carro em São Sebastião do Passé, cidade da região metropolitana de Salvador, no dia 28 de janeiro de 2020. No entanto, a empreendedora, que tinha acabado de se mudar de Salvador para a Ilha de Itaparica com o objetivo de realizar o sonho de ter um restaurante, desapareceu um dia antes, em 27 de janeiro.

Um ano após o crime, o G1 conversou com uma tia de Ludmila, que revelou toda a angústia e sofrimento da família pela dor da perda e impunidade do suspeito.

"Uma dor muito grande em saber que perdemos uma pessoa muito querida, filha única, a qual a mãe continua ainda muito abalada", detalha Tereza Aragão, tia de Ludmila.

Segundo Tereza, a mãe de Ludmila, que tem 65 anos, toma calmantes até hoje para lidar com a o assassinato da filha.

Segundo detalha a tia de Ludmila, um dos momentos mais dolorosos para a família da vítima foi quando Charles Adamo Jesus de Araújo foi liberado da delegacia após prestar depoimento sobre o caso.

"A dor de ter visto ele sendo liberado foi muito grande. Alegaram [polícia] que não podiam prender, porque não foi em flagrante, como se testemunha e câmeras da rua não fossem suficientes. Muito revoltante para todos nós", relatou a tia da vítima.

Tereza de Aragão ainda conta que a demora na resolução do crime deixa a família com a sensação de impunidade e isso causa mais dor à família.

"Sentimos uma grande aflição desse sujeito ainda estar solto e nós sem justiça", falou.

Por meio de nota, a Polícia Civil informou que "o procedimento já foi concluído e remetido ao Ministério Público (MP-BA), em abril de 2020, com indiciamento e pedido de prisão do companheiro pelo crime". A polícia também disse que Charles Adamo Jesus é procurado e considerado foragido da Justiça.

O MP-BA informou que acompanha o andamento do inquérito policial, mas segundo o órgão estadual, ele ainda não foi concluído. De acordo com o MP-BA, "assim que o inquérito for encaminhado, será avaliado para retomar as medidas cabíveis".

Entenda o caso

Ludmila Aragão Campos desapareceu no dia 27 de janeiro de 2020. Ela era é natural de Salvador e morava em Vera Cruz, na Ilha de Itaparica, que também pertence a região metropolitana de Salvador, quando foi para o local abrir um restaurante no final de 2019.

Os familiares contaram que no dia em que a vítima desapareceu, o companheiro da mulher foi visto dentro da casa dela, por volta das 20h. Em seguida, moradores da região avistaram ele saindo dentro do carro da mulher, junto com ela.

Já no dia seguinte, o carro de Ludmila foi encontrado queimado em São Sebastião do Passé. A ossada foi encontrada dentro do automóvel e exames de DNA confirmaram que os restos mortais eram da vítima. A ossada de Ludmila foi enterrada no dia 12 de fevereiro de 2020, na cidade de Itaquara, onde a família dela mora.

De acordo com a mãe da vítima, ela já havia sido ameaçada de morte pelo companheiro.

Ainda de acordo com a mãe, na época do crime, Ludmila conhecia Charles Adamo Jesus de Araújo há cerca de sete meses e que ele tinha um ciúme doentio pela filha. O homem fazia chamadas de vídeo para a vítima para saber onde ela estava e, depois que conseguia falar com ela, questionava se ela estava com outro homem.  (Do G1 Bahia)


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