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Conheça empresárias baianas que só contratam mulheres em seus negócios

 

Com o intuito de reduzir a taxa de desemprego e as dificuldades das mulheres no mercado de trabalho, empresárias baianas têm adotado a estratégia de empregar exclusivamente outras mulheres. Além de garantir emprego e renda, os negócios criam uma rede de apoio e possibilitam o crescimento delas em diferentes áreas profissionais. Neste dia 8 de março, quando se celebra o Dia Internacional da Mulher, o G1 conversou com algumas empresárias que priorizam a contratação feminina.

Maria Brasil é presidente da Confederação Nacional de Jovens Empresários e fundadora da Essence Branding, consultoria de construção de plataformas de marcas. Ela emprega 10 mulheres e não tem nenhum funcionário do sexo masculino.

A empresária conta que começou trabalhando sozinha. "Diziam que a Bahia não é lugar para isso, mas fui resistente e segui com meu sonho, minha ideologia, que é voltada para o capitalismo consciente e empresas humanizadas". Quando surgiu a necessidade de aumentar a equipe, ela notou que a maior parte das pessoas que procuravam emprego na área era mulher, e as contratações surgiram de uma maneira natural.

Contudo, atualmente esse cenário é considerado um dos ativos da empresa, já que marcas que querem falar com mulheres enxergam na Essence Branding essa característica como um diferencial. De acordo com Maria, cerca de 80% dos atuais clientes são de negócios chefiados por mulheres.

Para Brasil, trabalhar apenas com mulheres é prazeroso e gratificante, pois juntas elas conseguem criar uma conexão mais forte por terem algo em comum: o feminino. "É uma comunidade que se fortalece. Somos diversas, mas o fato de sermos todas mulheres cria um outro nível na cultura da empresa".

"Comparando com minhas experiências de trabalho anteriores, com equipes mistas, percebo que entre mulheres se cria uma sinergia e uma simpatia maiores. É uma uma conexão mais forte".

A arquiteta Mally Requião também tem equipe totalmente feminina - atualmente são sete mulheres. O time foi formado por acaso, já que no curso de Arquitetura e Urbanismo, a maior parte dos alunos é do sexo feminino. Hoje, porém, Mally não consegue enxergar uma presença masculina no escritório.

"Em oito anos como empreendedora, só tive funcionário uma vez, mesmo assim só ficou um mês. Acho que um homem não se enquadra no ambiente, pois conversamos abertamente sobre questões do universo feminino", justifica. Ela destaca que as colegas se dão muito bem e criam uma rede de apoio feminina.

Para Mally, o diferencial da equipe feminina está na natureza mais sensível, atenciosa e afetiva. "Acho que isso faz toda diferença nos nossos projetos. Trabalhamos com design de interiores, que é uma parte complexa, detalhista da arquitetura".

Economia criativa para driblar a crise

Uma pesquisa realizada pelo Sebrae e divulgada na semana passada aponta que em 2020 houve uma queda da participação feminina no empreendedorismo. Atualmente, na Bahia, a proporção de mulheres donas de negócios é de 31%, mas já atingiu os 50%. O estado tem cerca de 850 mil empreendedores.

Uma das alternativas apontadas pelo Sebrae para driblar essa realidade é apostar na economia criativa, que é a área de atuação da empresária Mariana Andrade Borges. Há três anos, ela criou a Casa Collab em Feira de Santana, que abriga uma loja colaborativa, uma cafeteria e ainda conta com a sublocação de salas. Todos os negócios são implantados e geridos por mulheres.

As lojas colaborativas vendem produtos de diferentes segmentos em um mesmo local. O objetivo é fazer com que pequenos empresários tenham um espaço físico para vender suas mercadorias, com menor custo, já que o espaço é dividido.

Além de administrar a Casa Collab, Mariana também presta serviços de consultoria para as empreendedoras. "Eu me conectei com esse propósito de ajudar outras mulheres a terem seu próprio negócio. Tenho isso como minha missão, além de ajudar a disseminar essa cultura de consumo que é relativamente nova", comenta.

Ela lembra que o processo inicial foi desafiador, já que no interior as pessoas não costumam empreender de forma compartilhada. Todavia, o negócio cresceu. Atualmente Mariana conta com 35 negócios no espaço dela, com outros dois prestes a iniciarem operações no local. "A demanda é grande, tem muitas mulheres querendo participar do nosso time. Fico feliz que estamos conquistando cada vez mais o nosso espaço". (G1 Bahia)

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