Bahia: Estudantes da rede estadual desenvolvem canudo biodegradável com a casca da melancia
Uma
dupla de estudantes do município de Teixeira de Freitas, localizado no Extremo
Sul da Bahia, desenvolveu um projeto que permite a fabricação de um bioplástico
que pode ser usado para uma série de produtos sustentáveis com menor impacto
ambiental. Intitulado “Biocia: bioplástico da casca de melancia”, o trabalho
desenvolvido dentro do Programa Ciência na Escola, da Secretaria da Educação do
Estado (SEC), por Liliane Dias e Fernanda Novaes, ambas do curso técnico de
nível médio em Química, do Centro Territorial de Educação Profissional (CETEP)
Extremo Sul, trouxe a opção da produção de um canudo comestível e
biodegradável.
De
acordo com Liliane, 19, o projeto foi iniciado há três anos e apresentado na 8ª
Feira de Ciências, Empreendedorismo e Inovação (FECIBA), em 2019, encontro
também realizado pela SEC. Mas com o aprimoramento das pesquisas, a ideia de
focar na produção do biocanudo surgiu a partir de uma reportagem sobre a
poluição marinha com os plásticos convencionais. “Encontramos na melancia, um
fruto produzido em larga escala em nosso município, a pectina, que é uma
macromolécula de polímero natural, presente nas cascas das frutas, legumes e
verduras. Com a produção, conseguimos aprimorar, adicionando impermeabilidade e
produzir o biocanudo, que resiste a mais de oito horas em contato com o líquido
e decompõe no solo em até sete dias”.
Para
Fernanda, 20, a experiência científica propiciada pelo projeto é enriquecedora.
“A sensação de trazer uma nova possibilidade para minimizar os danos causados
pelos plásticos convencionais é de esperança por um futuro melhor. Reduzir a
produção do lixo é necessária para um meio ambiente harmônico e sustentável,
porém vale ressaltar que a mudança deve estar nas atitudes de todos”.
A
professora e orientadora Franciele Soares relembra a trajetória das duas
pesquisadoras. “No começo, chegou a ser um filme moldável e muito rústico, que
se degradava facilmente em ambiente úmido. De 2020 a 2021, chegamos a um
biofilme mais delicado, com coloração sólida. Ter um produto sustentável criado
por minhas alunas, utilizando como base um material em abundância em nosso
território de identidade, nos dá a certeza de que a ciência também se faz na
Educação Básica”.
Com
os avanços das pesquisas, as estudantes querem apresentar o projeto, neste ano,
na Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (FEBRACE) e levar o produto para
uma produção, inserindo a tecnologia no mercado. “Nosso maior sonho é ver essa tecnologia
sendo produzida em escala e termos os canudos e materiais com o bioplástico
sendo comercializados em todos os locais. Além de gerar emprego e renda,
estaríamos contribuindo com o meio ambiente com produtos sustentáveis”, disse
Fernanda. (Ascom/Secretaria de Educação da Bahia)
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