'Majestade', traficante cearense presa em Gramado, fazia viagens de luxo com dinheiro conquistado por facção criminosa
Valeska
Pereira Monteiro, conhecida como “Majestade”, foi presa na última quinta-feira
(26) em Gramado, no Rio Grande do Sul. Contudo, a mulher é cearense e atuava
como “braço financeiro” de um grupo criminoso atuante no Ceará. Ela, inclusive,
fazia viagens de luxo com os recursos conquistados por meio do tráfico de
drogas.
A
captura de Majestade foi capturada pela Polícia Civil do estado em cumprimento
de um mandado de prisão contra ela. A jovem foi depois levada a Fortaleza.
O
delegado de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), Klever Farias,
revelou que, durante os depoimentos de Majestade, ela fez questão de frisar as
viagens de luxo que fazia com o dinheiro conquistado pela facção criminosa.
Ele
informa que antes de Gramado — onde foi presa —, Majestade passou um mês no Rio
Grande do Norte e dois meses no Rio de Janeiro, onde ficou hospedada em
Copacabana e Ipanema, dois pontos turísticos e de alto custo da capital
fluminense.
“Quando
ela fala do Rio de Janeiro, ela faz questão de frisar que passou um mês em
Ipanema e um mês em Copacabana, e logo em seguida foi para Gramado. Ela literalmente
usufrui do dinheiro que os demais membros arrecadam”, complementa o delegado.
Nas
redes sociais, a jovem também publicava fotos do "mêsversários" —
comemorações mensais — e do aniversário de um ano da própria filha, além de uma
viagem ao Beto Carrero World, parque temático em Santa Catarina.
Prisão e atuação de Majestade
Valeska
foi levada a uma delegacia de Gramado e transferida para Fortaleza. Majestade
tem antecedentes criminais por roubo, associação criminosa, crime contra a fé
pública e tráfico de drogas. Também é suspeita de fazer o controle financeiro e
da distribuição de áreas do tráfico de drogas na Grande Fortaleza. Em 2014,
Majestade já havia sido presa por liderar uma quadrilha que roubava casas e
estabelecimentos comerciais em Fortaleza.
O
delegado Geral Adjunto, Márcio Rodrigo Gutiérrez disse que Majestade começou a
ser monitorada no fim de 2020, desde que a polícia descobriu que ela era
responsável pela contabilidade de uma facção com sede no Rio de Janeiro, com
ramificação no Ceará.
Ela
rompeu a tornozeleira eletrônica em abril, quando foi pedida a prisão
preventiva dela, e desde então estava foragida, tendo passado pelo Rio Grande
do Norte, pelo Rio de Janeiro e, por fim, no Rio Grande do Sul.
Segundo
o delegado, mesmo fora do Ceará, Valeska continuava comandando o tráfico.
"Identificamos que ela continuava com o seu poder de organização, de deliberação
e de decisão. E uma dessas decisões é exatamente essa de distribuição dos
territórios para que integrantes do grupo pudessem estabelecer seus comércios
de drogas", diz Gutierrez.
A
captura de Majestade é relevante para o combate às organizações criminosas,
segundo o delegado. "A prisão dela é relevante porque traz um grande
recado, enquanto a gente tem indivíduos disputando territórios, mercado e o
tráfico de drogas violentamente, há esses indivíduos de alta hierarquia e que
têm poder de comando, que usufruem desses recursos financeiros angariados com atividade
criminosa", explicou.
Outros integrantes do grupo
No
mesmo dia da prisão da Majestade em Gramado, a Polícia Civil também realizou
uma ação no município de Itaitinga (CE), que resultou na prisão de um homem e
na apreensão de um adolescente, envolvidos no mesmo grupo da traficante. Duas
pistolas foram apreendidas com a dupla, além de 80 munições.
Já
nesta segunda-feira (30), a Polícia Civil capturou Mateus de Souza Silva e
outro adolescente. Com eles, foram apreendidas dezenas de trouxinhas de
maconha, cocaína e crack, além de cinco balanças de precisão e dinheiro em
espécie. (Fonte: G1)
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