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Jovens “noivos de festa junina” se reencontram após 17 anos e se casam de verdade

 

Um casamento “de mentirinha” na festa junina da escola em 2004 acabou sendo prenúncio para o que aconteceria quase duas décadas depois para um casal de Piracicaba (SP). Os jovens Leidiane e Caio Lima se reaproximaram 17 anos após o casório caipira e casaram de novo, dessa vez de verdade.

Tudo começou em meados de 2004, quando Leidiane foi escolhida para ser a noivinha na festa junina, no último ano em que frequentaria uma escola. O noivo, Caio, foi escolhido em seguida. “Ele só foi escolhido para dançar comigo porque ele era o único que cabia no terno, porque era muito grande”, contou Leidiane. O que a noiva não sabia era que Caio já tinha uma “quedinha” por ela. “Ela foi a primeira menina que eu gostei. Eu achava ela toda bonitinha assim. Era um negócio meio unânime na nossa turma, os outros meninos, amigos meus e tal, todos gostavam dela”, lembrou Caio.

“Eu achava ela demais porque os meninos iam falar com ela e ela dava uns ‘tocos’. Eu adorava, ficava olhando de longe. Não tinha coragem de falar para não tomar toco também, mas eu ficava olhando”, brincou. A festa da escolinha rendeu fotos, naquela época reveladas e guardadas pelas famílias dos dois. Depois daquele ano, cada um seguiu sua vida e eles não estudaram mais juntos.

O reencontro

Caio e Leidiane seguiram caminhos separados, cada um com seus estudos, sua rotina. Se formaram, começaram a trabalhar e eis que, em meados de 2021, ele consegue um emprego em uma imobiliária – mas sem imaginar que sua paixão de infância também trabalhava lá. No dia em que Caio entrou na empresa como analista de marketing, Leidiane estava de férias, mas a colega que fez as apresentações citou o nome dela. Ali ele já se lembrou da “esposa”, mas os dois foram se encontrar somente dias depois.

“Ela trabalha na parte administrativa, que fica perto do pessoal do RH. Assim que eu tive que levar minha documentação para admissão, ela tinha acabado de voltar de férias, aí ela estava lá. Eu lembrei que essa outra colega tinha apresentado o nome de todo mundo e tinha falado de Leidiane. Aí eu vi ela ali, associei e pensei ‘eu acho que é ela’. Mas eu não falei nada naquele momento”, lembrou. Depois disso, Caio perguntou para a colega sobre Leidiane. “Perguntei ‘tem uma Leidiane aqui?’, e ela falou que sim e perguntou porque. Aí eu falei ‘porque eu casei com ela, eu fui casado com ela’. Aí essa amiga ficou toda curiosa e eu expliquei a brincadeira.” Uma coisa levou à outra e a colega de trabalho comentou sobre isso com Leidiane, que até então não tinha reconhecido Caio, porque ele usava um corte de cabelo muito diferente do que ela o conheceu.

“Foi daí que a gente começou a se falar. Eu comentei com ela que ainda tinha as fotos e tal, ela achou era mentira, que eu não tinha as fotos. Aí no dia seguinte eu levei e mostrei pra ela”, lembrou Caio. A lembrança do casório junino fez com que eles tivessem um assunto em comum. “Tanto a mãe dele quanto a minha mãe registraram esse momento. E tanto ele quanto eu a gente tem as fotos guardadas”, contou Leidiane. Com um “segundo” casório, as famílias dos dois não poderiam estar mais felizes. De volta a 2004, a mãe de Leidiane chegou a escrever em uma espécie de diário que fazia para a filha na infância uma legenda para a foto dos dois de caipirinhas. “Essa sou eu e meu noivo Caio, dos escolares da 3ª série”.

“Até arrepia na hora que fala disso, porque é como se ela já soubesse”, disse Leidiane. Caio contou que sempre teve consciência que a história de amor dos dois era incomum, mas que acabou se acostumando. “À medida que você vai contando para as outras pessoas, você percebe que é uma história fora da curva, que é um negócio especial. Quando eu contei para minha mãe ela falou ‘nossa, mas parece história de novela, de filme’.” (Por Caroline Giantomaso, g1 Piracicaba e Região)









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