“Correria dobrada até dia 31”: Em vídeo Rui Costa agradece indicação de Lula. Veja a agenda da Casa Civil
O
governador Rui Costa, ministro anunciado por Lula para ocupar a Casa Civil,
gravou um vídeo agradecendo a indicação e dizendo que até o dia 31 a “correria
é dobrada” com a dupla função de governador e ministro que vai “ajudar o Presidente a montar as
estruturas de governo”.
A
articulação com estados, municípios e o setor privado para ampliar concessões e
parcerias público-privadas (PPP) será prioridade na Casa Civil, disse hoje (9)
o futuro ministro Rui Costa, confirmado mais cedo pelo presidente eleito Luiz
Inácio Lula da Silva. Em entrevista no fim da tarde, ele anunciou que a pasta
coordenará a gestão do governo e não cuidará da articulação política, que será
exercida por outra pessoa a ser anunciada na próxima semana por Lula. Assista o vídeo de Rui Costa:
Segundo Costa, governador da Bahia que deixará o cargo no fim do ano, Lula pretende repetir o organograma do segundo governo, entre 2007 e 2010. Na época, cabia à Secretaria de Relações Institucionais a articulação com o Congresso Nacional. “A minha função será ajudar na gestão. Não farei articulação política. A articulação política, o presidente [eleito Lula] nomeará quem fará. O presidente Lula voltará com o organograma do segundo mandato. Aquele é o organograma básico que ele tem em mente. Os ajustes serão definidos numa reunião no domingo”, esclareceu Costa.
O
futuro ministro disse ter pedido ao Tribunal de Contas da União (TCU) a relação
de obras paralisadas. “O quadro é grave. Vocês já ouviram o relato dos grupos
de transição. Há muitas obras paralisadas. Já fiz contato com o ministro do TCU
para ter acesso ao levantamento deles, que eles dizem que não é um levantamento
preciso. Só na Bahia, temos 500 obras na área de educação paralisadas”,
comentou.
Investimentos privados
Segundo Costa, o aumento do número de concessões e de PPP terá destaque no futuro governo. Principalmente por meio de diálogos com os governos locais. Segundo o novo ministro, o governo federal poderá entrar em PPP sozinho ou em conjunto com os governos estaduais. Ele disse que pretende repetir o sucesso dessas parcerias aplicadas em alguns estados e que a participação da iniciativa privada é importante para contornar as restrições orçamentárias no próximo ano.
“Buscaremos
intensificar o retorno de investimentos através do número de concessões e de
parcerias público-privadas. Vamos estudar isso. Os estados brasileiros têm tido
sucesso nessa modelagem de PPP para alavancar investimentos. O que sai do
aprisionamento fiscal que estamos neste momento e possibilita obras de longo
prazo estruturantes que ajudariam na retomada dos negócios e dos
investimentos”, declarou. Entre as áreas que seguirão esse modelo, Costa citou
o saneamento básico e os investimentos em energias renováveis. Disse que
pretende revisar o Marco Regulador do Saneamento que, segundo ele, travou as
obras na área. Todo o processo, ressaltou, será feito com diálogo amplo com o
setor privado e com as empresas públicas estaduais, que executam mais de 85% do
saneamento no país. “O que nós queremos é destravar os investimentos. Entendemos
que, no formato em que ficou, os investimentos ficaram travados. Isso ficou
engessado e, desde que foi votado e regulamentado, não vimos a explosão dos
investimentos, como se esperava. Na época da votação [em que o Congresso
alterou o projeto de última hora], eu adverti para esse risco”, disse.
Linhas de transmissão
Em relação às energias renováveis, Costa informou que a prioridade será impulsionar investimentos em usinas de hidrogênio produzido com energias limpas e em leilões de linhas de transmissão para destravar projetos já licenciados e com áreas reservadas, que não são concluídos por causa do atraso em leilões de linhas de transmissão. “Todos os dias, de 10% a 15% da energia solar e eólica produzida no Brasil é jogada fora, por falta de linhas de transmissão. Porque, nos últimos anos, não foram feitos, no fluxo necessário, leilões privados que seriam remunerados no longo prazo para viabilizar o escoamento dessa energia. Temos muitos projetos prontos, em carteira, com áreas reservadas e licenciadas, que só não iniciam as atividades porque não há a previsibilidade das linhas de transmissão”, criticou. O futuro ministro da Casa Civil prometeu uma atuação coordenada e transversal entre os ministérios para agilizar a execução de projetos. “Muitas ações envolvem mais de um ministério. Se a gente quer uma execução rápida, temos de envolver todos os entes dentro de um projeto”, explicou. (Com informações da Agência Brasil)
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