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Morre, aos 95 anos, o papa emérito Bento XVI

 

O Vaticano confirmou, por meio de um publicação no Twitter, a morte do papa emérito Bento XVI, neste sábado (31/12).

Bento XVI tinha 95 anos e se encontrava em estado grave. O papa Francisco, atual chefe da Igreja Católica, fez, durante a semana, pedidos de orações aos fiéis para o seu antecessor.

Após o anúncio da morte do papa emérito Bento XVI, o Vaticano começa a se preparar para os rituais de velório e enterro. Uma das primeiras informações a chegar para o público foi a de que o corpo do papa emérito estará na Basílica de São Pedro para a saudação dos fiéis a partir da segunda-feira (2/1). O mais provável é que o funeral aconteça em 5 de janeiro. Ainda não se sabe se durará nove dias, como é comum com papas.

Mateo Bruni, diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, publicou nota confirmando a morte de Bento XVI neste sábado. “Com pesar informo que o papa emérito Bento XVI faleceu hoje às 9h34, no Mosteiro Mater Ecclesiae, no Vaticano. Assim que possível, serão enviadas novas informações”, diz o comunicado. A causa da morte ainda não foi confirmada.

Nascido Joseph Aloisius Ratzinger, o papa emérito renunciou ao cargo em 2013, algo que só havia acontecido há 600 anos. Desde então, vivia em um antigo convento dentro dos jardins do Vaticano, com o secretário dele, o arcebispo Georg Ganswein, auxiliares e uma equipe médica.

O próximo passo é decidir quem presidirá o funeral solene de Bento XVI. O mais provável é que seja o próprio papa Francisco. Os protocolos ainda não são conhecidos por se tratar de uma situação inédita. Afinal, é a primeira vez, em 600 anos, que há dois papas.

O liturgista padre Claudio Magnoli, consultor da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, foi ouvido pelo site Adnkronos. “Do ponto de vista litúrgico, o ritual que está previsto para o funeral dos papas será essencialmente usado, já que estamos falando de um papa”, explica. Então, o decano dos cardeais presidiria o funeral. Mas como há um papa vivo, Jorge Bergoglio faria esse papel.

A vida

Ratzinger nasceu em 16 de abril de 1927, em uma pequena vila chamada Marktl am Inn, na Baviera, Alemanha, às margens do rio Inn. Seus pais eram Joseph, um comissário de polícia, e Maria Peintner.

Ele entrou no seminário em 1939 e se tornou padre em 29 de junho de 1951. Na tarde de 19 de abril de 2005, Ratzinger foi escolhido como papa para suceder o futuro santo João Paulo II, que exerceu a função por 26 anos, 5 meses e 17 dias.

Depois de dois dias e quatro rodadas de conclave, às 17h56 (horário local), a chaminé da Capela Sistina exalou a fumaça branca: havia sido escolhido o 265º sucessor de Pedro. Então prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, Ratzinger pediu para ser chamado de Bento XVI.

A explicação: ele queria se inspirar na coragem de Bento XV (1914-1922) durante a 1ª Guerra Mundial. E também em São Bento de Núrsia, copadroeiro da Europa, chamado de Patriarca do monarquismo ocidental.

Bento XVI só veio uma vez ao Brasil. Aconteceu em 2007. O ponto alto foi a canonização de Santo Antônio de Sant’Anna Galvão, o primeiro santo brasileiro, no dia 11 de maio daquele. Do ponto de vista apostólico, porém, a principal razão veio a ser o início da 5ª Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e do Caribe, em Aparecida, no interior de São Paulo.

A renúncia

O papa Bento XVI anunciou sua renúncia em 11 de fevereiro de 2013, e deixou o cargo em 28 de fevereiro de 2013. Segundo o próprio papa, foi uma “escolha difícil”, mas feita “em plena consciência”. Diversas vezes ele falou que não se arrependia. E sempre deixou claro que renunciava por causa da velhice.

“Alguns de meus amigos um tanto ‘fanáticos’ ainda estão irritados, eles não quiseram aceitar minha escolha. Acreditam nas teorias de conspiração: alguns disseram que foi por causa do escândalo Vatileaks, outros por causa de um complô da lobby gay, outros ainda por causa do caso do teólogo conservador Lefebvrian Richard Williamson. Eles não querem acreditar em uma escolha feita conscientemente. Mas minha consciência está limpa”, explicou Bento XV, em uma entrevista reveladora ao jornal Corriere della Sera.

Era a primeira vez que um papa renunciava em 600 anos.

Logo após a confirmação da morte de Joseph Ratzinger, líderes mundiais prestaram homenagens. Presidentes, primeiros-ministros e chanceleres lamentaram a partida do pontífice, defensor de doutrinas mais ortodoxas da Igreja Católica. Fonte: Metropoles.


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