Conta de luz ficará mais cara após decisão do STF sobre cobrança de ICMS
A
decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux de permitir que
os estados voltem a cobrar o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
(ICMS) sobre as tarifas de distribuição e de transmissão de energia elétrica
vai deixar a conta de luz do brasileiro mais cara e aumentar a inflação,
apostam economistas ouvidos pela reportagem.
De
acordo com o Brasil 61, no ano passado, o Congresso Nacional aprovou uma lei
complementar que limitava a 18% a alíquota de ICMS que os estados poderiam
cobrar sobre bens e serviços considerados essenciais e indispensáveis, como os
combustíveis e energia elétrica. A lei determinava ainda que, na hora de cobrar
o imposto sobre a conta de luz, os estados deveriam excluir da base de cálculo
a Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição (TUSD) e a Tarifa de Uso do Sistema
de Transmissão (TUSD).
Nos
estados que obedeceram à norma, a conta de energia elétrica ficou mais barata
para as empresas e os consumidores. Fux
suspendeu parte da lei que impedia a cobrança de ICMS sobre as tarifas de
distribuição e de transmissão, o que vai pesar no bolso da população, explica o
economista Lucas Matos. “A conta de luz vai ficar mais cara, mas a maior
preocupação é que isso vai acabar aumentando também a inflação, ou seja, já
está difícil para o brasileiro viver com o preço dos alimentos, essa oscilação
do preço da gasolina e, agora, tendo que separar uma parte do orçamento para
custear esse aumento na conta de luz”. Os estados argumentam que, se a medida
fosse mantida, deixariam de arrecadar cerca de R$ 16 bilhões a cada seis meses,
o que traria um impacto de R$ 4 bilhões para os municípios, uma vez que 25% da
receita que os estados arrecadam com ICMS deve ser repassada às prefeituras.
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