Violência nas escolas: Flávio Dino fala em suspender e até banir redes sociais que não barrarem publicações com discurso de ódio
O
Ministério da Justiça anunciou, nesta quarta-feira (12), medidas para aumentar
a segurança nas escolas. As redes sociais que não retirarem do ar conteúdos ilícitos
poderão até ser banidas.
As
medidas começam a valer imediatamente. O ministro Flávio Dino destacou que as
ações visam a prevenção da violência nas escolas e não ferem o Marco Civil da
Internet.
A
Secretaria Nacional do Consumidor vai instalar processos administrativos para
apurar responsabilidades de plataformas virtuais na apologia de violência e vai
requisitar de cada rede social relatório sobre as medidas adotadas para a
moderação de conteúdos.
As
empresas terão que informar os riscos de acesso a crianças e adolescentes a
conteúdos veiculadores de violência, além dos riscos de propagação e
viralização desses conteúdos. Além disso, as empresas terão ainda informar como
tem respondido às requisições das autoridades policiais. Também serão obrigadas
a compartilhar com polícia informações sobre usuários para facilitar
investigações, e ficarão impedidas de permitir a criação de novos perfis a
partir de endereços já cancelados anteriormente por atividade ilegal.
O
prazo para a retirada de conteúdos que estimulam a violência será de duas horas
a partir da notificação, mesmo limite usado pelo TSE nas eleições.
Flávio
Dino ressaltou que as plataformas que não cumprirem as exigências poderão pagar
multa de até R$ 12 milhões, serem retiradas do ar ou, em casos extremos, até
ser banidas.
“Aludo,
por exemplo, ao fato de a própria Constituição Federal quando menciona a
liberdade de expressão deixa claro que ela não é incondicionada. Ela é
subalterna a outros princípios constitucionais. Nós temos o Código Civil que
incide sobre contratos. Nós temos o Código de Defesa do Consumidor porque nós
consideramos que essas empresas são fornecedoras de serviço. E na medida em que
o serviço está violando os deveres atinentes à saúde e à segurança, é claro que
as autoridades administrativas, no nosso caso, no Ministério da Justiça e da
Segurança Pública, a Senacon, a Secretaria Nacional do Consumidor, devem tomar
providências para que esse mercado, no que se refere aos prestadores de
serviço, seja mais saudável, mais compatível com a lei”, afirmou o ministro da
Justiça e Segurança Pública.
O
Ministério da Justiça já vem coordenando um trabalho com as delegacias de crimes
cibernéticos das polícias Civis e Federal, com o intercâmbio de informações da
inteligência e a identificação de perfis que estejam fazendo apologia à
violência contra escolas.
O
ministro disse que as medidas são mandatórias, ou seja, obrigatórias, e as
plataformas não podem alegar regas dos termos de uso adotados por cada uma para
descumprirem qualquer uma das ações.
“Uma criança uma vale mais do que todos os
termos de uso e de todas as plataformas. O que mostra que nós precisamos de uma
normatividade proporcionalmente mais rígida, a fim de garantir que nós tenhamos
a sensação dessa prática nociva por intermédio da internet, por intermédio das
redes sociais, porque esse tem sido o local em que se estrutura o cometimento
desses crimes”, explicou Flávio Dino.
O
Governo Federal já liberou R$ 150 milhões para estados e municípios reforçarem
a segurança na área das escolas. Agora, vai liberar mais R$ 100 milhões. O
dinheiro poderá ser usado, também, para guardas municipais atenderem às
escolas.
Nesta
quarta-feira (12), em Brasília, um estudante foi preso depois de fazer
pichações com ameaças na Universidade de Brasília, a UnB. (g1)
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